sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Causas da sonolência excessiva diurna

Olheiras, sinais de cansaço, bocejos. A sonolência excessiva diurna não é novidade para ninguém. Muitos atribuem às noitadas e diversão excessiva no final de semana. Outros às horas em excesso na frente do computador durante a noite. 

Fatores ambientais, é claro, contribuem. Mas cuidado, sono em excesso pode ser a indicação de outros problemas, incluindo sinais de doenças neurológicas, como estágios iniciais da Doença de Parkinson ou o Alzheimer. E para aqueles que costumam se vangloriar de dormir em qualquer lugar, outro alerta: a causa pode ser algum estágio da narcolepsia, uma doença neurológica mais comum do que se pensa.

“O principal fator clínico de piora no sono noturno e consequente aumento da sonolência excessiva diurna, com certeza é a apinéia do sono. O distúrbio respiratório atinge 1 em cada 100 pessoas”, afirma Rubens Reimão, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP. Normalmente esse problema não é difícil de diagnosticar, já que envolve o ronco excessivo.

Além disso, outros problemas associados ao distúrbio são facilmente notados por qualquer profissional de saúde. “O tratamento normalmente envolve controle da obesidade, e da hipertensão que, associados à apinéia podem aumentar em 20% os riscos de um acidente vascular cerebral (AVC) e aproximadamente o mesmo valor para os riscos de infarto do miocárdio”, alerta Reimão.

Outro fator que contribui para a diminuição de horas dormidas é, realmente, a internet. “O abuso da internet tem aumentado os distúrbios de sono e é apontado com uma das causas da sonolência excessiva diurna, especialmente entre adolescentes”, aponta o pesquisador. E este comportamento pode ou não estar associado ao uso de drogas, inclusive as lícitas, como remédios que alteram metabolismo, e o abuso de bebidas energéticas.


Mas aquelas pessoas que parecem dormir em qualquer lugar (especialmente nas carteiras de escolas durante a aula) podem não estar somente cansadas ou sofrerem de algum distúrbio do sono. A narcolepsia, doença neurológica que tem uma incidência de 1 em cada 40 mil pessoas e caracterizada por episódios irresistíveis de sono profundo a qualquer hora do dia, pode demonstrar os primeiros sintomas por volta dos 11 anos de idade.

“Mesmo com a baixa incidência é bom notar que as pessoas levam, em média, quase 14 anos para procurar a ajuda de um especialista ou serem diagnosticadas. É quando, além dos estudos, esses jovens começam a ter problemas constantes no trabalho ou passam por algum incidente grave, como dormir enquanto dirige”, observa o especialista.

O tratamento, nesse caso, é feito com medicamentos estimulantes. “É o mesmo remédio, que é receitado por especialistas, para pessoas que têm algum outro problema com a desregulação do sono, como os trabalhadores que ficam muito tempo assumindo turnos erráticos e depois precisam regularizar seu ritmo durante o dia”, explica Reimão.

Importância do sono noturno

De qualquer forma, quando há alguma alteração no ciclo do sono (dorme-se pouco durante a noite e sente-se sonolento durante o dia) é importante procurar saber o que está acontecendo. Acidentes de trabalho e automobilísticos podem, muitas vezes, ter origem nesse tipo de problema. Mau humor constante, agressividade exagerada e problemas de atenção e memória são outras características que podem ser associadas à falta de um ritmo adequado de sono.

O cérebro tem horários específicos para produzir algumas substâncias necessárias para o seu bom funcionamento. Determinadas proteínas, por exemplo, são produzidas somente durante as fases de Movimento Rápido dos Olhos (Sono REM) e que só acontecem durante a noite.

Uma hora a menos de sono pode significar alguns períodos REM perdidos e, portanto uma diminuição de algumas proteínas, o que pode comprometer o funcionamento ideal do cérebro. Por tudo isso é bom saber que dormir, ao contrário do que muitos afirmam, não é perda de tempo.


por Enio Rodrigo


Fonte: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/ 
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