quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Polícia Federal prende Arruda por tentativa de suborno

O STJ aceitou hoje o pedido de prisão do governador e mais cinco pessoas

A Polícia Federal recebeu no início da noite desta quinta-feira o mandado de prisão do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido). Quando o documento chegou, Arruda já estava na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde se apresentou espontaneamente no final da tarde.
Arruda ficará preso em uma sala especial de cerca de 20 metros quadrados que a PF chama de "Sala do Estado-Maior" -- voltada para autoridades.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) aceitou hoje o pedido de prisão do governador e mais cinco pessoas por envolvimento na tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra. O STJ decidiu ainda pelo afastamento de Arruda do governo do DF.

De acordo com o secretário dos Transportes, Alberto Fraga (DEM), que esteve com Arruda em uma sala da PF antes da chegada do mandado de prisão, o governador está "calmo e sereno". Segundo ele, Arruda negou que sua prisão tenha sido uma derrota política. "Não foi uma derrota. Foi um constrangimento", disse o secretário.

Ele também disse que foi oferecido ao governador a possibilidade dele ser transferido para o Quartel da Polícia Militar ou do Exército. Entretanto, Arruda preferiu ficar na superintendência da PF. O governador, ainda segundo Fraga, espera que o STF (Supremo Tribunal Federal) conceda um habeas corpus para ele ainda hoje.

Fraga também afirmou que a prisão do governador não vai paralisar o governo. O secretário, que é integrante da Executiva regional do DEM, disse que ainda não foi informado sobre a determinação do partido para que seus filiados deixem os cargos que ocupam no governo do DF.

Além de Arruda, o STJ determinou a prisão do ex-deputado Geraldo Naves (DEM); Weligton Moraes, ex-secretário de Comunicação; Rodrigo Arantes, sobrinho do governador; Haroaldo Brasil de Carvalho, diretor da CEB (Companhia Energética de Brasília); e Antonio Bento da Silva, conselheiro do Metrô. Silva, no entanto, já está preso.

A Polícia Federal prendeu, na semana passada, o conselheiro do Metrô. No momento da prisão, ele entregava R$ 200 mil a Sombra. Silva está no presídio da Papuda, em Brasília.

Arruda se entregou na tarde de hoje à PF. Dois advogados do governador, José Gerardo Grossi e José Eduardo Alckmin, estão na sede da PF, além do secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga. Eles não falaram com a imprensa.

O ministro Fernando Gonçalves aceitou pedido da subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, e a Corte do tribunal foi convocada para analisar a decisão de Gonçalves, relator do inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção no GDF (Governo do Distrito Federal).

O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o governador e mais cinco pessoas por formação de quadrilha e corrupção de testemunha. "Se não é possível fazer conclusões nesse atual estágio [...] por outro lado é inconteste que a presença do governador está ligada aos recentes eventos e tem gerado instabilidade na ordem publica da cidade. A única forma de se fazer cessar é decreto de prisão preventiva", disse o relator do caso no STJ.
 

 Fonte: Folha Online

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