Astrônomos se perguntam, há várias décadas, se pode existir vida em
outros planetas. E o “método” para encontrá-la, na verdade, é muito
simples: verificar se existe água no planeta em questão. A partir daí, é
possível que haja vida. Mas cientistas americanos trabalham com a
possibilidade de que a água talvez não seja tão fundamental assim.
No caso da Terra, a água está presente no estado líquido. Suas
características permitem que haja movimentação de moléculas e elementos
químicos necessária para o desenvolvimento da vida, o que sempre fez os
astrônomos a considerarem indispensável. Mas pesquisadores da NASA
afirmam que outros corpos celestes podem ser substitutos que cumpram o
papel da água.
A base para essa teoria é Saturno. Pense em um gigantesco planeta,
rodeado por aneis e situado a 1,4 bilhões de quilômetros do sol. Saturno
tem uma série de satélites naturais, alguns dos quais são até maiores
do que o planeta Mercúrio. Uma destas grandes luas, Titã, chega a ter a
sua própria atmosfera, fator que intriga os astrônomos desde 1944.
Neste ano, o cientista Gerard Kuiper detectou metano na superfície de
Titã. Mas a temperatura dessa superfície é de 179° Celsius negativos,
ou seja, menos de cem graus acima do zero absoluto. Diante dessa
condição climática, a água presente em Titã é dura como pedra. E o
líquido que corre por rios desse satélite nada mais é do que metano
líquido.
E os cientistas afirmam que há condições perfeitamente razoáveis para
que o metano líquido, sob determinadas condições físicas e químicas,
faça exatamente as funções que a água desempenha na Terra. O conjunto
dessas condições seria o que os astrônomos chamam de “zona habitável de
metano”: áreas onde a vida poderia se desenvolver.
Embora possa parecer um sonho distante, os cientistas encontraram um
corpo celeste que reúne tais condições. De pequeno porte (anã vermelha),
situada a 20 anos-luz da Terra, está a estrela Gliese 581. Essa estrela
ficou famosa no meio astronômico, há alguns anos, justamente porque ao
seu redor há planetas com condições para serem habitados.
Conforme as estimativas dos cientistas, nenhum dos quatro planetas
que orbitam a estrela Gliese 581 possui exatamente a “zona habitável de
metano”, em seu estado ideal, mas estão próximos desse ponto.
E já se sabe que corpos celestes que contêm metano podem muito bem
coexistir com estrelas, e a lua de Titã é uma prova disso. Ainda não há
evidências definitivas de que realmente poderia haver vida em um planeta
que reunisse essas condições, mas cada vez mais indícios apontam nessa
direção.
Fonte: http://hypescience.com/
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