Muitas complicações derivadas da diabetes, como doenças de rim,
problemas nos pés e de visão já são conhecidas. Falta ainda analisar
corretamente os impactos da doença no cérebro.
Nos últimos cinco anos, uma equipe liderada pela professora de
Medicina Vera Novak tem estudado os efeitos da diabetes na saúde
cognitiva de idosos. Eles constataram que perda de memória, depressão e
outros tipos de problemas são consequência da doença.
Agora, a equipe identificou o mecanismo principal por trás dos
eventos. Eles afirmam que, em pacientes idosos com diabetes, duas
moléculas – a sVCAM e a sICAM – causam inflamação no cérebro, gerando
uma série de eventos que afetam os vasos sanguíneos e, eventualmente,
estimulam o atrofiamento dos tecidos cerebrais.
Eles também descobriram que a massa cinzenta nas regiões frontais e
temporais (responsáveis por funções essenciais como tomada de decisão,
linguagem, memória verbal e tarefas complicadas) é a mais afetada.
“Em nosso trabalho, descobrimos que pacientes com diabetes tinham
muito mais atrofia cerebral do que outros em um grupo controlado”,
explica Novak. “De fato, com 65 anos, um cérebro de uma pessoa normal
reduz cerca de 1% por ano, mas uma com diabetes pode ter perda de até
15%”.
A diabetes acontece quando a glicose deixa de entrar nas células para
virar energia e passa a se acumular no sangue. Essa condição, chamada
de hiperglicemia, geralmente causa inflamações. Novak pretendia
descobrir se essas consequências causavam uma diminuição na irrigação
sanguínea do cérebro.
Para testar a hipótese, a equipe recrutou 147 pessoas, com média de
65 anos. 71 tinham diabetes tipo 2, e tomavam medicamentos para controle
por pelo menos 5 anos. Os outros 76 eram não diabéticos, da mesma média
de idade e sexo.
Como previsto, os testes revelaram que pacientes diabéticos não
apenas tinham apenas mais constrição sanguínea, como mais atrofia
cerebral, particularmente da massa cinzenta. Também foi constatado que
altos níveis de glicose no sangue estão associados com níveis maiores de
moléculas relacionadas a processos inflamatórios.
O novo estudo, comenta Novak, oferece mais razões para os médicos e
pacientes darem mais atenção ao controle e prevenção da diabetes.
“O declínio cognitivo afeta a habilidade pessoal de completar com
sucesso tarefas diárias simples, como andar, conversar e escrever”,
afirma a pesquisadora. “Atualmente, há 25,8 milhões de casos de diabetes
tipo 2 só nos Estados Unidos, o que é mais do que 8% da população. E os
efeitos no cérebro tem sido negligenciados”.
Fonte: http://hypescience.com/
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