terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nova descoberta traz esperança contra a enxaqueca


Uma descoberta de pesquisadores norte-americanos pode contribuir para diminuir o sofrimento de cerca de 30 milhões de pessoas que lutam contra a enxaqueca no Brasil, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia.

Os estudiosos sempre acreditaram que a luminosidade afetava apenas os olhos, provocando uma sensibilidade excessiva. O que os cientistas encontraram agora foi o caminho percorrido pela luz até o cérebro e por que ela piora a dor, até mesmo em pessoas cegas.

Pela primeira vez, os pesquisadores estabeleceram uma relação direta entre células da retina sensíveis à claridade e neurônios que desempenham um papel essencial na percepção da dor durante as crises. O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience e pode ajudar na busca de terapias para diminuir a fotofobia – repulsa à luz – dos pacientes.

As pesquisas foram feitas em ratos e, posteriormente, com dois grupos de pacientes com enxaqueca. Um de pessoas totalmente cegas e outro de pessoas que não enxergavam imagens, mas que tinham o nervo óptico e captavam a luz. O resultado mostrou que canais da retina, encarregados de captar apenas a luminosidade, enviam sinais pelo nervo ótico diretamente para o tálamo, área do cérebro responsável pela dor.

O médico Rami Burstein, da Universidade de Harvard, um dos responsáveis pela descoberta, percebeu como muitos cegos que tinham enxaqueca também desenvolviam fotofobia durante as crises. A exceção ficava por conta de quem perdera o globo ocular ou o nervo óptico, o que impossibilita completamente o envio de sinais sensitivos para o cérebro. Para Burstein, a piora na enxaqueca deveria ser causada pela detecção da luz por meio de canais que não captam a imagem, mas apenas a luminosidade.

A explicação é que no fundo da retina existem neurônios especiais. Alguns deles têm sensibilidade à luz graças a um pigmento chamado melanopsina – que foi descoberto em 2002. Não servem para formar imagens, mas avisam o cérebro quando é dia ou noite, mesmo com as pálpebras fechadas. Os impulsos que chegam dos olhos amplificam, em menos de um segundo, os sinais de dor, que são redistribuídos pelo tálamo às demais regiões do cérebro, agravando a sensação de náusea, fadiga e irritabilidade. Depois que o brilho se apaga, os neurônios da retina demoram alguns minutos para cessar o envio de estímulos.

O especialista em enxaqueca Alexander Muskolf diz que a esperança é que a pesquisa ajude na criação de remédios que possam bloquear essa mensagem que vai para o cérebro, ajudando a reduzir a sensibilidade à luz.

Entenda a enxaqueca

O QUE É
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É uma cefaleia primária, ou seja, é uma dor de cabeça sem origem orgânica. Caracterizada por uma dor pulsante, dura de quatro a 72 horas. Trata-se de uma doença benigna, mas incurável.

QUEM SOFRE
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15% da população mundial

CAUSAS
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Predisposição genética
::: Mudanças hormonais

SINTOMAS
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Dor pulsante na cabeça, normalmente em apenas um dos lados
::: Náusea
::: Vômitos
::: Fotofobia (sensibilidade à luz)
::: Fonofobia (sensibilidade a sons e ruídos)
::: Sintomas adicionais da enxaqueca

FATORES DESENCADEANTES
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Uso abusivo de analgésicos, alimentos e bebidas com cafeína, adoçantes artificiais, alguns tipos de queijos, bebidas alcoólicas e chocolate
::: Abstinência de cafeína
::: Pílula anticoncepcional
::: Dormir muito ou dormir pouco
::: Situações estressantes

PREVENÇÃO
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Repouso
::: Manter atitudes de relaxamento
::: Abolir hábitos estressantes
::: Praticar atividades físicas
::: Alimentação balanceada sem os componentes desencadeantes
::: Não ficar em jejum


Fonte: http://www.clicrbs.com.br/

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