Imagens de ressonância magnética fazem cair por terra imagem de emaranhado de conexões neurais e vão mudar estudos neurológicos
O cérebro é mais simples do que se pensava. Um novo estudo que usou
imagens difusas de ressonância magnética revelou que as conexões do
cérebro são na verdade uma estrutura ordenada. De acordo com Van
Weedeen, da Universidade de Harvard caiu por terra a ideia de que a
estrutura cerebral se parecia tão confusa quanto uma tigela de
espaguete: as conexões entre neurônios são na verdade bem ordenadas e
seguem, como padrão, três direções difusas.
Os cientistas descobriram que os caminhos de conexão do cérebro na
matéria branca, um dos tecidos constiuintes do cérebro, formam uma grade
tridimensional, como se fosse um tecido tramado. “Longe de ser apenas
um emaranhado de fios, as conexões cerebrais se parecem mais com aqueles
cabos com vários fios colados, usados em informática. Esta estrutura em
grade é contínua e existente em todas as escalas e em todos os
primatas, inclusive os humanos”, disse Van Wedeen.
Já era sabido que os caminhos neurais da medula espinhal e do cérebro
eram organizados em três direções principais, sendo que cada deles são
paralelos ou perpendiculares aos outros e refletem os padrões básicos do
desenvolvimento embrionário. Porém, seguir estes padrões no cérebro de
primatas, particularmente no córtex cerebral, era algo desafiador, pois
cada um destes caminhos se cruzava em uma pequena área, o que fazia com
que a imagem parecesse um emaranhado.
No estudo publicado esta semana no periódico científico Science,
pesquisadores usaram uma tecnologia desenvolvida para revelar a
orientação das firas que cruzam um determinado ponto da conexão. A
análise matemática do cruzamento dos caminhos de quatro espécies de
primatas e em humanos mostrou o design de estruturas parecidas com uma
grade.
Os pesquisadores afirmam que o modelo simplificado das conexões
neurais explica o motivo da evolução gradual ao longo da história
humana, pois é mais fácil uma estrutura simples se adaptar. “O velho
conceito do cérebro como um emaranhado com fios desconectados não faz
sentido do ponto de vista evolucionário. Como a seleção natural poderia
guiar cada um destes fios para uma configuração mais eficiente e
vantajosa?”, disse Van Weeen.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/
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