Perto de completar 70 anos de idade e há quase cinco sem publicar um
livro, o físico inglês Stephen Hawking rompeu o silêncio em 2010 e
lançou a obra “The Grand Design”, em pareceria com o físico Leonard
Mlodinow. O livro propõe novos posicionamentos sobre o universo, que,
para começo de conversa, pode não ser apenas um, e sim vários. Este e
outros enunciados de Hawking têm sido alvo de discussões por parte dos
cientistas. Confira alguns:
8 – A força da luz
A cada segundo, uma lâmpada incandescente comum, de 1 watt, emite um
quintilhão (ou seja, um bilhão de bilhões) de fótons, a partícula
elementar da luz. Pode-se dizer, de maneira primária, que os fótons são
como pequenos pacotes dentro dos quais a luz é emitida. Os cientistas
ainda investigam a fundo as propriedades de um fóton, que se comporta
simultaneamente como partícula e como onda.
7 – O passado é uma possibilidade
Se nós sabemos apenas que uma partícula viajou do ponto A ao ponto B,
mas não observamos que caminho ela fez para chegar, ela simultaneamente
fez todos os caminhos possíveis para fazer a trajetória. Esse é um
enunciado da mecânica quântica que explica o seguinte: se qualquer
evento no passado não foi observado e registrado, ele é tão indefinido
quanto um evento futuro. Assim, não se pode dizer que ele aconteceu de
determinada maneira, e sim de todas as maneiras possíveis ao mesmo
tempo!
6 – Teoria do todo
Uma teoria do todo, conforme sugere o nome, é qualquer teoria que
unifique todos os fenômenos físicos do universo sob um único padrão
matemático. Segundo Hawking e Mlodinow, a única teoria do todo válida
para explicar nosso meio seria a Teoria M. Esta ideia sugere que o
universo seria composto de cordas que vibram em diferentes frequências e
determinam as dimensões em que o universo se posiciona. De acordo com
essa teoria, haveria não três, mas onze dimensões existentes, o que dá
origem a mais de um universo.
5 – Relatividade Geral
Hawking e Mlodinow fizeram uma releitura de alguns pontos da velha
Teoria da Relatividade formulada por Albert Einstein, que explica como a
matéria e a energia influenciam o meio e causam curvaturas no
espaço-tempo (o que origina, por exemplo, a gravidade e os buracos
negros). Ela enuncia, entre outras coisas, que o tempo flui mais
lentamente quando nos aproximamos de um corpo de grande massa, como um
planeta ou estrela. Na época em que a teoria se espalhou pelo meio
científico, ficou a ideia de que ela se aplica apenas a grandes eventos
no universo, tais como os buracos negros. Mas os físicos explicam que
ela é automaticamente levada em conta para qualquer sistema de medição
de tempo e espaço, tal como um GPS, e sem a relatividade, as medições
dariam em resultados imprecisos por quilômetros de diferença.
4 – Teoria do peixe no aquário redondo
Há alguns anos, as autoridades da cidade de Monza, na Itália,
proibiram toda a população de criar peixes em aquários. Isso era
qualificado como prejudicial aos animais, que teriam uma visão
distorcida da realidade devido à curvatura do vidro. Sobe isso, os
físicos lançam apenas a seguinte questão: como é que a gente pode saber
qual é a verdadeira visão da realidade? Como podemos garantir que não
estamos nós mesmos vendo o mundo através de algo como um aquário curvo,
que distorce permanentemente a “realidade”?
3 – O teorema de Pitágoras não é de Pitágoras
As aulas de matemática da escola jamais deixaram de prestar um
tributo ao homem que ofereceu as noções mais básicas sobre os lados de
um triângulo, afirmando que a² + b² = c². Mas Hawking e Mlodinow sugerem
que não foi Pitágoras o autor destas inferências sobre catetos e
hipotenusas. Os antigos babilônios, segundo os físicos, já aplicavam
estas noções matemáticas séculos antes de Pitágoras nascer em 570 a.C.
2 – Quarks nunca estão sozinhos
Os quarks, bem como os léptons, são as partículas mais elementares do
universo. Dois dos seis tipos conhecidos de quark são os formadores de
prótons e nêutrons. Hawking e Mlodinow sugerem que a atração entre os
quarks funciona da seguinte maneira: quanto maior a distância entre dois
quarks, mais cresce a força que os mantém unidos; logo, estão sempre
juntos. Não existem quarks livres na natureza.
1 – O universo criou a si mesmo
Não há como negar que esta foi a asserção mais polêmica do livro de
Hawking e Mlodinow: a ideia de que o universo pode ter perfeitamente se
criado por si próprio, sem necessidade da figura de Deus para explicar
seu surgimento. Eles garantem que é perfeitamente justificável,
fisicamente, que o universo possa ter partido a partir de um estado onde
nada existia, ou seja, do zero. Devido a leis como a gravidade,
conforme explicam eles, podemos inferir que o universo é capaz de
regular seus mecanismos sozinho.
Fonte: http://hypescience.com/
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