Uma equipe internacional de físicos que trabalha na Universidade de Michigan (EUA) construiu recentemente uma “arma de antimatéria”, capaz de despejar rajadas de pósitrons.
Pósitrons são antipartículas (ou
partículas idênticas opostas) de elétrons. Além de ser criadas em
laboratórios de física, elas também são encontradas em jatos emitidos
por buracos negros e pulsares (estrelas de nêutron).
Até à data, a criação de pósitrons para estudo precisou de máquinas
muito grandes e caras, como o acelerador de partículas Grande Colisor de
Hádrons do laboratório CERN. Outro exemplo é um dispositivo construído
por cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, que criou
pósitrons disparando um laser extremamente poderoso em um minúsculo
disco de ouro. Outro trabalho recente de pesquisadores da Universidade
do Texas (EUA) envolveu a construção de um acelerador do tamanho de um
desktop.
A nova pesquisa baseou-se nesses resultados anteriores para construir
um dispositivo de não mais que um metro de comprimento capaz de gerar
rajadas de ambos elétrons e pósitrons de forma muito semelhante a que é
emitida por buracos negros e pulsares.
Para conseguir essa façanha, a equipe disparou um laser potente
(petawatt) em uma amostra de gás hélio inerte. Isso causou a criação de
um fluxo de elétrons que se move a uma velocidade muito alta. Esses
elétrons foram direcionados para uma folha muito fina de metal que os
levou a colidir com átomos de metais individuais. Estas colisões
resultaram em uma corrente de emissões de elétrons e pósitrons, que foram separadas utilizando magnetos.
Os pesquisadores relatam que cada rajada de sua arma dura apenas 30
femtosegundos, mas cada disparo resulta na produção de quatrilhões de
pósitrons – um nível de densidade comparável ao que é produzido no CERN.
Os cientistas sugerem que o dispositivo poderia ser usado para imitar
os jato de buracos negros e/ou pulsares, oferecendo algumas respostas a
perguntas tais como: que tipo de proporção de partículas estão
presentes em tais correntes, a quantidade de energia que há nessas
emissões, e de que forma as partículas interagem com o ambiente em que
são despejadas.
Fonte: http://phys.org/news/