quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Se o universo tem 14 bilhões de anos, porque vemos coisas a 32 bilhões de anos-luz?

In this image of the Hubble Ultra Deep Field, several objects are identified as the faintest, most compact galaxies ever observed in the distant universe.

Em 2003, um trabalho publicado no Physical Review Letters apontava que o raio do universo visível não poderia ser inferior a 46,5 bilhões de anos-luz. Em janeiro de 2011, o Hubble encontrou aquele que é considerado o mais distante objeto já observado, uma estrutura estelar chamada UDFj-39546284, cuja luz viajou por 13,2 bilhões de anos, e que deve estar a aproximados 31,7 bilhões de anos-luz de distância.

Se você acompanhou todos estes números, deve estar se perguntando “se a luz do UDFj-39546284 partiu dele há 13,2 bilhões de anos atrás, como é que este objeto pode estar a 31,7 bilhões de anos-luz de distância”? Os números não batem. Será que os astrofísicos realmente sabem o que é uma grandeza e o que significa um número ser maior que o outro?

Pode apostar que os astrofísicos sabem de tudo isto. Qual a explicação para esta divergência, então? Ocorre que o universo está em expansão. Se ele está em expansão, então quando a luz viajou por 13,2 bilhões de anos, o caminho que ela percorreu é diferente de 13,2 bilhões de anos-luz; é maior.

Você pode imaginar um trem saindo de uma estação, em direção a uma estação que se encontra a uma distância qualquer. Logo depois que o trem parte, a distância começa a sofrer expansão. A estação que ele partiu está mais longe do que a distância que o trem já percorreu, e a distância que o trem ainda tem que percorrer não está diminuindo tão rápido como deveria.

Da mesma forma que o nosso trem metafórico, quando a luz deixou o corpo em questão, a distância que a luz percorreu já é menor que a distância que a separa de sua origem. Da mesma forma, o espaço à frente também está em expansão, e a distância que o raio de luz terá de percorrer até atingir o Hubble vai ficando cada vez maior.

E não é só isto que está acontecendo. O espaço em que o próprio raio está também está em expansão. E o raio vai ficando cada vez mais esticado, o comprimento de onda vai ficando cada vez maior, e vai se alterando em direção aos comprimentos maiores de onda.

Quando ele chegar ao Hubble, os astrofísicos e astrônomos verão as marcas de uma viagem tremenda: de onde veio aquele raio de luz e a que distância se encontra o corpo luminoso que o emitiu, 13.200.000.000 anos atrás.

Fonte: http://hypescience.com/

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