quarta-feira, 29 de junho de 2011

Europeus descobrem quasar mais distante

“Farol brilhante” encontrado pelo Observatório Europeu tem um buraco negro de massa dois bilhões de vezes maior do que a do Sol

Objeto a 12,9 bilhões de anos-luz de distância da Terra fornece pistas sobre a formação e evolução do universo logo após o Big Bang


    Imagem do quasar ULA J1120+0641 Foto: Reprodução/ESO 
 
Astrônomos europeus divulgaram nesta quinta-feira a imagem do quasar mais distante encontrado até hoje, de nome ULA J1120+0641. Um buraco negro com uma massa dois bilhões de vezes maior do que a do Sol é o motor desse “farol brilhante”. 

Os resultados completos do estudo serão divulgados no dia 30 de junho na revista Nature.

Um quasar é uma galáxia muito brilhante que os cientistas acreditam que é alimentada por buracos negros de grande massa em seu centro.

Quasar mais distante já visto pode dar boas pistas de como o universo evoluiu nos primeiros anos de vida (Thinkstock)
 
Astrônomos encontraram a 12,9 bilhões de anos-luz da Terra o mais antigo quasar já visto até hoje. A descoberta foi feita a partir de observações realizadas com o telescópio do Observatório Austral Europeu (ESO, na sigla em inglês), em Cerro Paranal, no Chile.

Este quasar recém descoberto pode ser estudado como um registro do universo apenas 770 milhões de anos após o Big Bang, a "grande explosão", 13,7 bilhões de anos atrás. Embora outros objetos mais distantes já tenham sido encontrados, nenhum deles possuía o mesmo brilho intenso. O segundo quasar mais distante já visto até agora podia fornecer dados de um universo com 870 milhões de anos.

Quasares são decobertas relativamente recentes da astronomia. O primeiro foi localizado em 1963, notado como uma fonte de radiação "quase estelar" ("Quasi Stellar Astronomical Radiosource", inglês), daí o termo quasar. São corpos parecidos com estrelas, só que com muito mais massa e emissão de radiação.

Localizados nos confins do universo, estes objetos podem dar boas pistas de como o universo evoluiu após o Big Bang. Supõe-se que ocupem o núcleo de galáxias remotas - portanto antigas - e sejam "abastecidos" com a energia de buracos negros.

As observações feitas até agora mostram que a massa do buraco negro que alimentou o quasar ULAS J1120+0641 é cerca de 2 bilhões de vezes superior a do Sol, o que surpreendeu os cientistas. Isso porque, conforme hipótese corrente, buracos negros levariam bilhões de anos para sugar tanta matéria de seu entorno.

"Este quasar é uma prova vital dos primórdios do universo. É um objeto muito raro que vai nos ajudar a entender como buracos negros supermassivos cresceram há alguns milhões de anos após o Big Bang", diz Stephen Warren, pesquisador responsável pelo estudo.

As distâncias até o quasar foram determinadas com observações realizadas com o instrumento FORS2 do Very Large Telescope (VLT), do ESO, e instrumentos do Gemini North Telescope, construído no Havaí por um consórcio internacional. Por ser relativamente brilhante, pesquisadores conseguem analisar satisfatoriamente seu espectro e detalhes de seus componentes.

Fontes: http://www.band.com.br/noticias/ciencia
             http://veja.abril.com.br/ciencia/

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